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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Os aspectos psicológicos dos pés e a Calatonia



A saúde de nosso corpo interior pode determinar como estamos em relação a nossa base postural, o plano do chão (Ground). Se enquanto estamos de pé permitimo-nos relaxar e deixar nosso corpo inteiro em contato com o campo energético do chão, experienciamos uma sensação de solidez e integração. Estamos com os pés no chão, em contato com a realidade do nosso ser no tempo e espaço.
Outros indivíduos, ao contrário, permanecem inflexíveis em relação às forças da vida, que seria melhor contatada se este pudesse relaxar. Estas pessoas permanecem em trabalhos insuportáveis ou relações amorosas desastrosas, apesar de estarem se destruindo. Tal indivíduo está paralisado e com dores crônicas. Seu contato com o chão e a realidade é tão incerto, que se permitir fluir poderia provocar pânico de não saber como se reorientar. Assim em estado de desespero, ele resolve “tencionar-se” (Não há quase limite para a dor necessária ao amadurecimento do corpo), sobrecarregado com os ombros largos, arredondados, cabeça caída em direção ao peito, pélvis imobilizada, joelhos rigidamente tencionados, com pernas e pés fortemente contraídos.
A situação parece-se com a de uma pessoa andando sobre patins. Ao invés de relaxar e ganhar contato com o chão, o medo físico e emocional é maior e obriga a pessoa a contrair-se ainda mais.
Agora olhe para os seus pés. Olhe sua forma. O que eles sentem? Qual é a temperatura dos seus pés? Eles trazem algum prazer ou apenas sensação de dor? Você cuida de seus pés? Do que eles gostam?
Em termos psicológicos, os pés são de importância vital porque é o contato com a realidade, o chão e a força de gravidade. Fisicamente, um desbalanceamento nos pés prejudica toda a estrutura corporal. Os pés indicam a postura e a atitude crônica que uma pessoa necessita assumir de maneira a confrontar os desafios de sua vida. Indivíduos com “os pés no chão” possuem bom senso de realidade. Indivíduos com
“cabeça na lua” não possuem bom contato com a realidade.
Observação: Quando digo realidade me refiro tanto à externa (os fatos vividos por todos) quanto à interna (percepção que o indivíduo tem a respeito de suas emoções, sentimentos e pensamentos).


Tipos estruturais de pés

Pés saudáveis são como plataformas com três distintos pontos de contato com a terra e um arco metatársico adequado. Nosso pé é um tripé e se destaca pela estabilidade e pela elasticidade.

Pés chatos ou pés alargados

O achatamento do arco metatársico retira um dos pontos de apoio e reduz o contato com o solo a dois pontos. As pessoas que tem pés chatos deslizam por aí quase como se estivessem com patins de gelo, sem encontrar estabilidade ou consistência. Isso muitas vezes se reflete em uma vida sem compromissos, à qual falta o enraizamento. Devido a esse modo de vida infundado, eles não gostam de se comprometer ou de se assentar-se. Esse tipo de pessoa escorrega, desliza sobre a superfície da terra, não colocando raízes em lugar nenhum. Uma pessoa assim terá dificuldades em manter uma constância quanto a outras pessoas e responsabilidades, sendo motivada a se pôr em movimento por uma necessidade nervosa, ao invés de sê-lo por um motivo específico.
Pés Pesados

Pessoas com esse tipo de pé desenvolveram um estilo de vida e um sistema psicológico que as obrigaram a por peso nos pés. Há uma necessidade de estar com os pés no chão, estável, de conhecer a posição na vida. Elas acentuam sua posição mais do que o necessário e também mal erguem os pés do chão ao andar. Apresentam dificuldades de mudanças e movimentos e são usualmente mais conservadoras que criativas. Onde os pés chatos têm algo de inconstante, nos pesados tudo permanece quieto. É uma vida que se limita somente ao chão dos fatos podendo se tornar bastante aborrecida.

Andar na ponta dos pés

Esses tipos de pessoas flutuam pelo mundo e especialmente pelo mundo dos sonhos nas pontas dos pés, como se quisessem se colocar acima das depressões da terra. Não há quase nenhum contato com o chão. Em vez de sentido de realidade, elas cultivam a fantasia. Elas optaram pelas alturas deixando a profundidade para os que têm pés pesados. São indivíduos sonhadores, altamente criativos e imaginativos com habilidades artísticas.

Pés em forma de garra ou comprimidos

Os dedos curvados como garras buscam apoio convulsivamente. Tais pés falam de uma existência ameaçada, um forte desejo de encontrar paragem e de não ceder. Na maioria dos casos, a tensão nos pés está relacionada a uma crise emocional não resolvida, que envolveu a possibilidade de movimento ou de corrida (escapar). Se esse impulso não foi realizado, os músculos dos pés registraram o enrijecimento e distorção dos músculos dos pés, localizando o conflito nos tecidos. Os “agarradores” têm músculos frequentemente tensos na parte de trás do corpo, especialmente na barriga das pernas e região lombar das costas, partes essas associadas a uma necessidade excessivamente desenvolvida de reter e de proteger-se.

Peso nos calcanhares

Uma inclinação extrema para trás indica um recuo diante da vida. Aparentemente, este tipo de postura sugere uma falsa sensação de estabilidade. No fundo indicam postura de medo e instabilidade. Um leve vento lateral já é suficiente para levantá-los pelos pés.

Pés abertos (apontados para fora):

Pessoas que ficam com os pés apontados para fora, indicam predominância de energia yang; são dominadoras e possessivas, têm identificação com o sucesso, segurança, ousadia, iniciativa própria, realização, egocentrismo, auto-suficiência e independência emocional.

Pés paralelos:

Pessoas com os pés paralelos, estão em equilíbrio e estabilidade, tem direcionamento (sem desvios significativos) rumo às metas e aos objetivos.


Pés invertidos para dentro:
Pessoas que ficam paradas com os pés apontados para dentro, são pessoas com predominância de energia yin, indicando submissão, insegurança, carência afetiva, falta de iniciativa, acomodação e identificação com o fracasso, tendência a ser dominado e conquistado, fraco emocionalmente e sem força de vontade.


Calatonia
É uma técnica de relaxamento profundo que leva à regulação do tônus vital promovendo o reequilíbrio físico e psíquico do paciente. A calatonia baseia sua atuação na “sensibilidade táctil”, através da aplicação de estímulos suaves, conhecidos como toques sutis, em várias áreas do corpo onde se verifica especial concentração de receptores nervosos. O toque na pele reage diretamente no funcionamento do sistema nervoso. A técnica foi criada por Pethó Sándor, um médico húngaro que trabalhava no Hospital da Cruz Vermelha durante a Segunda Guerra Mundial. Dadas as condições precárias geradas pela guerra, os recursos médicos existentes eram de pouca ajuda para os pacientes. Sandor cuidava, na época, dos mais diversos traumatismos. A técnica foi criada com o intuito de diminuir as queixas dos pacientes na fase pós - operatória desde membros-fantasmas até depressões. Posteriormente, Sandor radicou-se no Brasil desde 1949 até seu falecimento em 1992. Aqui desenvolveu trabalhos clínicos e de pesquisa iniciados ainda na Europa na época do pós-guerra.
É um método simples no que se refere à aplicação, porém, de longo alcance e de muita profundidade. Calatonia vem da palavra grega “KHALAÓ”, que significa relaxamento para alimentar-se, afastar-se da ira, desatar as amarras, deixar ir, abrir as portas.
A princípio, todos podem se beneficiar dessa técnica, contudo, em determinadas condições, é necessário que os profissionais acompanhem o estado clínico do paciente. Durante o atendimento, o profissional se utiliza de uma ficha de anamnese (pesquisa da história de vida do paciente) em forma de questionário, para obter mais dados e informações do paciente.
Indicações da calatonia: insônia, estresse e irritabilidade, hipertensão, enxaqueca, asma, obesidade, distúrbios glandulares, na reabilitação de membros fraturados, entorses e luxações, dor fantasma em membros amputados, dor ciática, bursite, problemas de articulações nos dedos.
Contra-indicações: gestantes, pessoas que estejam consumindo drogas, esquizofrenia.
Acredito que pela experiência enquanto psicóloga com a técnica, digo que a calatonia pode promover a alteração do estado de consciência nas pessoas, fazendo-as enxergar além. Não é raro, pacientes relatarem que durante a técnica tiveram “insights” a respeito do momento emocional que estavam vivendo, por exemplo.
Nessa medida, a calatonia é um importante recurso na busca do autoconhecimento facilitando a autodescoberta do indivíduo bem como sua evolução pessoal.

Rosemeire Trindade Menoita – psicóloga responsável do Espaço Reluz.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Os nossos processos de auto-sabotagem

Sabotagem significa todoa a ação que visa prejudicar alguém. Sua origem vem da França, onde a palavra "sabot", quer dizer tamanco. Antigamente, os operários trabalhavam usando tamancos. Nos protestos contra o padrão, jogavam os tamancos sobre as máquinas para danificá-las, daí o termo ficou conhecido com o seu significado atual.
Muito embora, aqui nesse texto, esse prejuízo não diz respeito a outrem. Auto-sabotagem significa o mal ou o prejuízo que fazemos a nós mesmos.
Para entendermos esse mecanismo, vamos nos aprofundar um pouco o sentido das coisas. Vamos falar do aspecto psicológico que nos faz desferir a espada contra nós mesmos. Muitos dos processos psicológicos, senão, a grande maioria, é inconsciente. Entenda inconsciência como uma parte da psique onde fica depositado todo material psíquico que nos causa dor e sofrimento. É claro, que o ser humano em condições normais, deseja ter distância desses aspectos que lhe incomodam e lhe trazem mal-estar, porém quando eles não são levados à luz da consciência vão se tornando como bomba relógio interna.(por exemplo, somatizações). São aspectos de nossa própria personalidade que não são reconhecidos por nós. Diríamos que eles estão na sombra, aparentemente esquecidos e recalcados dentro de nós, porém seus efeitos podem se fazer sentir no nosso corpo físico e no emocional. Essa parte de nós é aquela que não queremos olhar e reconhecer como nossas, pois acreditamos que elas sejam negativas. Vejamos algumas das características que não reconhecemos em nós: medo, orgulho, arrogância, vergonha, inveja, ciúmes, competição, incapacidade de lidar com as perdas, insucesso, mesquinhez, etc. Percebam que identificamos cada uma delas nos nossos pares, amigos, parentes próximos, chefes, vizinhos, mas em nós, não. O PROBLEMA É DO OUTRO e nós acabamos no papel de vítima desse complô....Se em algum momento de sua vida, isso já lhe aconteceu, esteja certo de uma coisa. "Só reconhecemos no outro, aquilo que também é nosso!!". Por isso, nos incomodamos tanto com o comportamento do outro. Na verdade, o outro é o espelho de nós mesmos.
Dentro de nós, existe "muitos eus". Sendo assim, revelá-los diante de nós mesmos, exige uma postura de amadurecimento e responsabilidade.
Se nessa altura do campeonato, enquanto lê o texto, você for invadido por um sono repentino, observe, pode ser um processo de auto-sabotagem.
Falar e ouvir sobre aquilo que nos incomoda causa desconforto, e aí, lançamos mão, de alguns mecanismos de defesa, tais como: adiar, adormecer, negar, racionalizar, fingir que não é conosco para não termos que lidar com isso. Isso ocorre de tal forma, que mantemos velada a percepção de quem realmente somos. Mantemos - nos na mesmice como se o assunto não fosse direcionado para nós. E juramos, que mesmo assim, queremos mudanças.
O desejo de mudar não implica necessariamente em mudança efetiva de comportamentos e atitudes. Mudança é o resultado da tomada de consciência + a ação. Se ficamos em cima do muro (comportamento de auto-sabotagem, por exemplo) continuamos "empurrando com a barriga", nos iludindo com meias verdades ou meias mentiras. Esse espaço é o espaço do tanto faz e da indiferença e ficamos submetidos a distorção, ou seja, vemos aquilo que queremos ver e não o que precisamos ver. Nossa percepção fica enfraquecida e nos transformamos em meros espectadores da vida ou nos achamos vítimas da nossa própria estória de vida.
Por isso, o trabalho de psicoterapia faz com que o indivíduo se aproxime daquilo que ele mais teme. Mas, isto é por um bom motivo. Para que possamos crescer, amadurecer e florescer emocional e espiritualmente falando. Só assim, poderemos ser verdadeiros agentes de mudança em nossas vidas e no mundo.
Para que o Nosso Mundo melhore é necessário, o conjunto de tomada de consciência individual.Quanto mais indivíduos conscientes e responsáveis temos, mais essa ação se reverbera no Todo. E o Todo agradeçe.

Rosemeire Trindade Menoita
Psicóloga Clínica

domingo, 25 de abril de 2010

Geração Cibernética



Tem sido cada vez mais comum na prática clínica, pais que procuram ajuda psicológica para seus filhos que possuem comportamento anti-social e de isolamento diante de tudo o que os cerca. Tais jovens, na faixa que compreende aproximadamente a idade dos 14 aos 21 anos apresentam determinadas características em comum, tais como: excessiva racionalização, ou seja, tudo é compreendido exclusivamente pelo foco da mente, não deixando espaço para a apreensão das emoções. A mente adquire um status bem acima do que à mesma poderia ou deveria ter. Tudo o que não é objetivo e lógico, decaí a um valor diminuto. Outra característica muito evidente nesses casos é a dificuldade de se relacionar com seus semelhantes e pares. Isto chega a ser compreensível dentro desse perfil, uma vez que as emoções ficam engessadas dentro do próprio jovem e o mesmo não sabe como criar (e muitas vezes, por não saber lidar com elas, não quer criar) espaço para que isso floresça e se aprofunde nesses conteúdos emocionais. Simplesmente, os jovens passam a ignorar o valor das emoções gerando ansiedade e angústia dentro de si como se fosse uma bomba-relógio. Alguns chegam até a somatizar apresentando distúrbios físicos, como por exemplo, problemas estomacais, insônia e de pele estão entre os sintomas mais comuns. Muitas vezes, esses jovens podem ter a falsa idéia que na medida em que ele nega a emoção, ela não o incomodará mais. Isso acaba reforçando, a idéia de uma mente poderosa e racional, que só pode compreender aquilo que ela registra. O que é negado, não é registrado, porém também não é compreendido. O que resta para esse jovem é o isolamento, pois assim acredita que não será “testado” naquilo que não sabe enfrentar. Com o tempo, vão ficando horas e horas em seus quartos em companhia do computador transitando somente pelos relacionamentos virtuais e pouco aprofundados. Vão criando aversão a qualquer tipo de vínculo afetivo. Aos poucos, vão demonstrando pouca emoção (o que não significa que eles não as sintam) manifestando em seu corpo, pouca vitalidade e entusiasmo pelas coisas mais corriqueiras da vida como: estudar, sair com os amigos, praticar esportes ou até mesmo namorar. Isto acaba por trazer algumas complicações, como por exemplo, o de adiar, esquecer ou não assumir as mais simples responsabilidades.
Atitudes permissivas vêm permeando nossa literatura, nossos meios de comunicação e filosofias educacionais passando a idéia para os pais de que, na criação dos filhos, deve-se evitar o uso da autoridade e da punição. Porém, se não lidamos com o bom senso das situações, os pais podem “perder o controle” e promoverem o desenvolvimento da irresponsabilidade em seus filhos. De tal maneira, que o jovem acredita que as regras e os deveres não são aplicados a ele.
Quando tal irresponsabilidade segue sem ser questionada, os jovens deixam de aprender hábitos básicos relativos ao cuidado de si próprios. Isto afetará o seu maior ou menor grau de maturidade diante da vida.
Além de todos esses aspectos relatados acima, o jovem com esse perfil ainda apresenta uma acentuada falta de fé na vida. Deixando aparentar um forte ceticismo com relação à espiritualidade. Entendemos aqui como espiritualidade tudo aquilo que nos conecta com a Energia Divina independente da escolha religiosa de cada um.
O jovem fica desguarnecido, então, de esperança, fé e iniciativa podendo em alguns casos, ser alvo fácil do descaminho.
Muitos deles chegam ao consultório do psicólogo, trazidos pelos pais que anseiam por transformações em seu comportamento. Apesar do agravamento da situação, o jovem deve querer e permitir passar pelo processo junto com os pais e o profissional que o acompanha. Não existe mudança se as pessoas não estiverem envolvidas com o seu crescimento pessoal.
Além do acompanhamento psicoterapêutico, os pais devem estreitar as relações com seus filhos, primando pela qualidade de presença. Se você está com seu filho, dê-lhe atenção, escute suas necessidades, o que ele fala ou como fala, converse com ele expondo também suas dificuldades, preocupações e anseios, seja você!
Dê limites quando necessário, e acorde com ele responsabilidades, onde ele terá prazo para realizá-las, envolva seu filho em afazeres de casa, tais como: levar o lixo para fora de casa, arrumar sua cama, lavar louça, etc. Faça um rodízio dessas atividades com os outros da casa.
Manifeste corporalmente carinho a seu filho: abraçar, beijar, fazer carinho em sua cabeça, gestos que aproximam e valorizam a relação.
Ele deve saber que tudo na vida é feito de direitos e de deveres. E que os deveres podem ser realizados com bom humor.
Os pais devem se interessar pelos gostos e habilidades de seus filhos e muitas vezes, integrar seus amigos em sua casa, para assistir um jogo de futebol ou um filme, enfim, algo que seja importante para ele.
Além disso, despertar em seus filhos desde muito jovem, os valores religiosos, quaisquer que sejam eles. Entendendo que essa premissa é a base para todas as nossas conquistas na vida.

domingo, 14 de março de 2010

A coragem de se ver



O que você mais odeia nas pessoas?
Tire uns minutos para pensar... Identifique o que realmente lhe incomoda. Eu não quero as coisas que simplesmente você não gosta mas a coisa que chega a lhe deixar furioso. Já lembrou?
Porque será que essa coisa nos outros mexe tanto com você?
Percebe que existem tantas coisas que você não gosta de ver nos outros mas não chegam a lhe incomodar realmente e particularmente essa o incomoda?
Agora tenha um pouco de coragem e verifique se você também costuma fazer essa coisa, só que não gosta de saber que faz, pois é algo que o seu lado perfeccionista abomina e condena.
De imediato você pode dizer não. Isso é normal, afinal de contas você até hoje tem tentado esconder isso de si, para não se reprovar e se punir, como sempre faz nesses casos.
O nome disso é inconscientizar, ou seja, tornar inconsciente, jogar para o fundo escuro de nossa percepção.
Em nosso dia a dia, é comum nós não vermos o que fazemos, pois nós podemos treinar nossa percepção a ver ou não ver o que quisermos. Nossa consciência é como um farol: só o que é focalizado pode ser visto; o resto fica nos escuros da inconsciência até que nós voltemos a prestar atenção. Se eu olho para um lado, os outros lados ficam inconscientes até que eu gire o meu olhar para tornar consciente os outros lados.
Com isso podemos evitar olhar para o que não é de nosso interesse olhar.
Fingimos que algo não existe e depois fingimos que não estamos fingindo.
Assim, tornamos o que é inconveniente totalmente inconsciente.
Quando nossas ilusões não gostam da verdade, nós costumamos inconscientizá-las.
Não vemos nem em nós nem nos outros que não queremos ver e sempre acabamos por pagar um preço muito alto por isso...
Vivemos reprimindo os nossos impulsos indesejados, nossas vontades que o mundo ao nosso redor não aceita, nosso jeito de ser que pode incomodar os outros e despertar críticas.
Por, exemplo você não se permite a chorar para não se expor, porque está preocupado com o que os outros vão pensar de você. Você não é capaz de dizer o que pensa de determinada situação com o pretexto de magoar as pessoas. Mas no fundo, você reprime o que sente para continuar mantendo a imagem de pessoa maravilhosa que você demorou muito para construir. Ainda mais se você for homem, porque homem é forte e não chora por bobagens. ( não foi o que nos fizeram acreditar em nossa educação?).
Acredito que você conhece pessoas que estando numa situação ruim fogem dela de muitas maneiras. Por exemplo, se drogando, se alienando, dormindo, etc. Elas acreditam que fugindo vão se safar da situação. Só que quando retornam está tudo igual. E vai estar mesmo porque não fizeram nenhum trabalho de modificação.
Então para não ter a sensações e sofrer o impacto da dor, as pessoas se reprimem, se encolhem, e a energia começa a deixar de circular.
Agora, você acredita que o material que você recalcou desaparece de você?
Sinto avisar que ele não deixou de existir.
Tudo o que você controla são os efeitos, mas as causas ficam no inconsciente. Você não quer ver o que recalcou por causa de seus preconceitos e censura-se, por isso prefere achar que desapareceu.
Entretanto, você continua com a mesma atitude que causa tais sensações, e assim continua criando o mesmo efeito, tentando escondê-lo e na base do “ não vejo, logo não existe”.
Acontece que para esconder o efeito você precisa manter certa tensão, porque, se você se solta, vem tudo para fora. E essa tensão vai se acumulando no corpo energético, no corpo astral e passa para o corpo físico. O efeito disso é que ela vai tirando os seus músculos do lugar, vai tornando um corpo bonito num ser desalinhado e cheio de deformidades, como flacidez, celulite, barriga, etc....Isso porque os músculos internos estão sempre tensos e, embora com a musculação externa você disfarce e solte, a interna está presa.



Mesmo com tanta força para ocultar o que é necessário ver, o inconsciente arranja várias formas de se manifestar, isto é, o inconsciente lhe força a ver o que você tem que ver.
Por ex, se você está se agredindo e não quer ver, poderá sonhar com agressões. Outro exemplo, é quando a atitude de uma pessoa te irrita ou incomoda com facilidade.
Você já pode saber : mexeu muito com você , é projeção. Ou seja, é a vida querendo lhe mostrar uma coisa em você que você não quer ver. Negou a consciência de algo que você cria, então tudo isso reaparece de forma exagerada e que mexe muito com você.
E não dá para escapar. Quanto mais você quer fugir, maior fica a projeção, ou seja, maior a coisa projetada vai aparecer na sua frente. Parece que a vida não perdoa. O que tem que ser conscientizado será feito cedo ou tarde.
Na verdade, existem dois tipos de projeção: a) os seus pontos fracos que você esconde por ter preconceitos contra tais aspectos e que ao se projetar em alguém geram em você um ódio incontrolável.
b) as virtudes que você acha que não possue , pois tem uma auto – imagem negativa e falsa e quando se projeta nos outros você experiencia como paixão.
Por ex: é projeção adorar ou idolatrar uma pessoa porque ela é inteligente, porque você não se considera inteligente embora na verdade tenha um grande potencial de ser , mas por seus preconceitos você vive se impedindo de usar sua inteligência. Você a vê no outro e sente essa exaltação desmedida. Se você só admirasse a inteligência de alguém, sentiria uma espécie de respeito por ela e nunca se exaltaria.
Assim também o que mais irrita no outro é o que você não quer ver em você.
É claro que existem coisas que simplesmente você não gosta delas. As que me refiro são aquelas que dão uma sensação interna de raiva agitação e incomodo. Essas realmente são projeções.
Para mudar isso existe a introjeção que é o oposto da projeção. O fenômeno da introjeção é aceitar ver o que você está negando e localizá-lo em si. No entanto, existe o orgulho, que não o deixa aceitar.
A resistência a ver a verdade ocorre porque você já se habituou a defender o ponto de vista do seu orgulho. Ele a censura, obrigando-a a ser do jeito que ele idealiza e que fica considerado o certo, em que os seus falsos valores dominam. Usa a condenação e a culpa para forçá-la a ser ou parecer ser certinho. Essas culpas e punições que nosso orgulho nos impõe geram medo de se ver como se é. Afinal, se ver de verdade passa a não ser conveniente.
Você só fica irritado, bravo com as pessoas que fazem exatamente o que você faz com você!!!!!!!!
Não tem jeito de escapar !!!! Quando você se queixa de alguém, você está falando de você mesmo, está se confessando. Queixa é confissão!
Vejamos agora algumas atitudes dos outros que podem lhe causar irritações ou mesmo raiva se você não aceita como você é.
Uma pessoa que é sarcástica com você. Ela ignora, goza ou ri dos seus sentimentos. Isso lhe causa raiva ou incomodo porque de alguma forma você faz isso com você mesmo. Você é sarcástico com você quando se põe de lado, ri de seus próprios sentimentos, se acha um palhaço, se chama de criança, de burro, de bobo, quando muitas vezes você está no seu melhor, está no melhor dos seus sentimentos e se desconsidera. Você acha que fazer isso com você não tem importância , mas quando o outro faz você considera uma afronta !!!
Uma pessoa que possue uma atitude de desdém ou de pouco envolvimento com os outros. Ela passa uma atitude de não estar nem aí , certo ar de desrespeito com relação as pessoas. Isso lhe causa incomodo ou raiva porque de alguma forma você faz isso com você. Você desdenha seus desejos, sua hora de lazer em prol dos outros, não liga para suas horas sagradas de descanso, não se envolve com você! É por isso que a atitude do outro chama a sua atenção e o irrita.
E assim tantos outros exemplos. Um grande número de pessoas pensa que Deus é controlador, mas isso não é verdadeiro. E a vida, que É Deus, é assim: ninguém a domina nem lhe impõe rédeas. Cada um de nós, a seu tempo, mais cedo ou mais tarde vai entender isso com bastante clareza.
Por enquanto, o que precisamos é aprender a seguir o fluxo da vida, acompanhá-la. Aí , sim
Ela se torna generosa para conosco. E ao fazer isso as coisas deixam de lhe contrariar, de emperrar, e você deixa de se torturar com isso.
Por isso, devemos nos dedicar a auto-observação. Nos percebendo, vamos saindo do mundo das identificações, ou seja, das crenças que não tenham significado pessoal. Vamos nos descobrindo e criando uma ponte com a nossa identidade e assim podemos nos relacionar de forma mais amadurecida e autêntica com você ecom o mundo.
Namastê,
Rose

sábado, 12 de setembro de 2009

A aceitação da nossa dualidade: um caminho para o autoconhecimento

Todos os caminhos espirituais e psicológicos são tentativas de responder à pergunta: "Quem sou eu".
Ser humano é ter defeitos e imperfeições. Todos nós cometemos erros, às vezes magoamos as pessoas que nos são mais próximos, e às vezes nos comportamos muito mal. No entanto, essa simples verdade parece-nos muito difícil de aceitar. Temos uma relutância ainda maior em aceitar as mensagens sobre os nossos "defeitos" vindas de outras pessoas. Imediatamente, erguemos defesas, como se estivéssemos sendo fisicamente atacados. Na verdade, a reação fisiológica de defesa (lutar ou fugir) acaba sendo usada para proteger nossa auto-imagem idealizada, que precisa ter a aparência de certa e boa, e não de errada e má. Esquivamo-nos de encarar nossos erros e defeitos porque são uma parte dolorosa, embora inevitável, de quem somos.
Quando negamos nossos defeitos, nosso egoísmo, nosso mau humor, nossas mazelas, ficamos enredados na tentativa de parecer melhores do que somos e afastamos a culpa pelas nossas dificuldades. Quando acontece alguma coisa desagrádavel, respondemos internamente como uma criancinha que ouve a voz da mãe chamando por ela depois que um terremoto abalou a casa. Sua primeira resposta é: "Não fui eu, mamãe". A criança dentro de nós tem medo de reconhecer que possuir qualidades más ou imperfeitas signifiquem que ela é a unicamente má, ou, que sendo tremendamente má, ela será julgada ou rejeitada pelos "outros"que, imaginamos, são responsáveis pelo nosso bem - estar.
Por medo de um eu imperfeito, criamos um eu-máscara, um eu idealizado, o eu que pensamos que deveríamos ser. Em vez de admitir que somos seres imperfeitos.
Todos nós respondemos prontamente "vou bem" quando nos cumprimentam, por maior que seja
nossa depressão. Asseguramos a nós mesmos e aos outros que "eu estou bem, sou competente, posso dar um jeito", por maiores que sejam a carência ou infelicidade.
Seja lá qual for a máscara criada - o bom menino, a boa menina, a mulher ou o homem poderoso, o aluno aplicado ou o professor brilhante, etc -ela é uma tentativa de nos colocarmos em um plano acima dos defeitos e da dor, de negar nossa mediocridade e pequenez. Criamos uma máscara sempre que tentamos nos apresentar como pessoas mais amorosas ou poderosas, mais competentes ou carentes, mais compreensivas ou céticas do que realmente somos naquele momento.
A fuga à experiência verdadeira do momento representa um enorme desperdício de energia que pode ser recuperada pelo simples ato de decidir aceitar-nos como realmente nós somos.
À medida que aprofundamos o compromisso de ser honestos com nós mesmos e com os outros, criamos uma base sólida para a auto-estima. Fazer um bom conceito de si mesmo passa a não depender mais de atender às exigências irrealistas de uma máscara perfecionista; ao contrário, seu fundamento é a coragem de encarar a realidade humana imperfeita atual.
O imenso potencial humano que temos só pode ser realmente nosso depois que ousamos ser exatamente e exclusivamente quem somos a cada momento.
Quando nos dizem que"somos todos terríveis pecadores", ficamos reduzidos a uma identidade sombria e limitada, baseada na auto-rejeição. Mas, quando nos respondem que na verdade "somos todos anjos disfarçados", talvez também possamos nos afastar de alguns aspectos nossos e negar a nossa escuridão. Certamente, somos as duas coisas: pecadores e anjos.
É muito difícil conceber as muitas contradições do ser humano. Quando vemos nossos defeitos, perdemos de vista a nossa magnificência.Quando reconhecemos a nossa beleza, esquecemos a dor e a vulnerabilidade. No entanto, os dois extremos, e tudo o que fica no meio, são parte da experiência humana, da nossa verdadeira natureza como seres humanos espirituais.
Perceba algo curioso em sua vida, quando aceitamos os atributos negativos que existem em nós mesmos e que tão comumente projetamos nos outros, começamos a ter menos inimigos.
Quando aprendemos a amar todos os nossos eus interiores, sem rejeitar nada no nosso íntimo, torna-se fácil amar ao próximo. A expansão da autocompreensão precisa começar com uma sinceridade em relação aos nossos defeitos e aspectos negativos.
E se esse texto tiver ressonância no seu íntimo, talvez esse seja o caminho para você se explorar melhor através de um trabalho de autoconhecimento, da psicoterapia que o leva a reconexão com suas potencialidades internas. Todas as experiências de vida não são nem mais nem menos do que um ensinamento preciso para nos ajudar a atingir a fonte interior.
Paz e luz a todos,
Rosemeire Trindade Menoita

sábado, 1 de agosto de 2009

O medo da entrega em nossos relacionamentos

Se fomos frustrados ou profundamente feridos em nossa infância, nosso avanço em direção a um relacionamento amoroso maduro será inseguro, nosso empenho hesitante e nossa abertura para vida será contraída. Podemos nos apaixonar, porque o amor é nossa linha vital, mas a entrega será apenas temporária, uma renúncia momentânea do nosso ego.
Quando somos feridos em nossas primeiras relações com os nossos pais, erguemos um conjunto de defesas contra ser ferido novamente, cuja ameaça percebemos como risco de vida. Essas defesas não são apenas em sua mente consciente, pois se estivessem poderíamos renunciar a elas quando quiséssemos. Tendo vivido com elas desde a infância, elas se tornaram parte de sua personalidade, estruturadas na dinâmica energética do corpo. As defesas te encouraçam como um antigo cavalheiro para que a flexa do amor não pudesse penetrar em seu coração. Uma descrição mais adequada é dizer que o indivíduo vive em um mundo fechado, como um rei em seu castelo. Ele até pode se aventurar na vida, mas ele o faz como uma excursão, com sua guarda ao alcance de seu chamado. O rei acaba não tendo fé no amor de seu povo, pois suas vivências amargas ensinaram-lhe que a rejeição, o abandono ou até mesmo a traição é um perigo eminente. Como todos os seres humanos o rei tem necessidade de amor, mas também acredita que tem uma necessidade igual ou até maior de poder. Para um rei apaixonar-se é como cair do cavalo, caso isso aconteça, ele rapidamente volta a montar para reconquistar sua posição de poder. sendo assim, o ego considera-se um rei...
O medo de entregar ao amor decorre do conflito entre o ego e o coração. Amamos com o nosso coração, mas questionamos, duvidamos e controlamos com o nosso ego. Nosso coração pode dizer:"Entregue-se", mas nosso ego diz: "Tome cuidado, não se deixe levar, pois você poderá ficar submetido ao outro e será abandonado e ferido."
O coração como orgão do amor é também o orgão da satisfação. O ego é o orgão da sobrevivência. Mas quando o ego e a sobrevivência dominam nosso comportamento, a entrega verdadeira torna-se impossível. Ansiamos pelo contato de nossos espíritos voarem nas alturas, nossos corações baterem mais rápido e nossos pés dançarem, mas esse anseio não é realizado porque nossos espíritos acabam sendo anulados, nosssos corações trancados e nossos pés sem vida.
O amor suaviza a pessoa, mas ser suave é estar vulnerável. Se não nos suavizamos com a presença do amor nos tornamos duros e rígidos revestindo nosso corpo como se fosse uma armadura como aquela utilizada pelos cavalheiros antigos. Essa rigidez impede a pessoa de
chorar, de ceder a sua tristezae, portanto, de entregar-se ao amor.
Reflita e procure perceber aonde você coloca seu ego e o seu coração..
Qual é a qualidade da sua expressão afetiva ...
De que forma você tem investido no amor e no amor- próprio...
Está verdadeiramente aberto para amar ou aparentemente aberto para amar....

domingo, 26 de julho de 2009

O mecanismo de nossas ações


Muitos de nós estamos tão ocupados com os afazeres do dia a dia, tão sobrecarregados e, portanto, tão espiritualmente adormecidos que passamos a nos mover de forma pouco autêntica e quase de maneira robotizada.

Levantamos apressados e não sentimos o nosso corpo, tomamos rapidamente nosso café (se é que tomamos), corremos para o trabalho, trabalhamos o dia inteiro, vamos estudar, voltamos para casa e dormimos. O dia seguinte, com pequenas alterações, estamos de volta ao nosso ritmo frenético.

Todas essas atividades exigem de nós grande movimentação energética, porém podemos passar o dia todo como se estivessemos engessados, numa espécie de torpor de consciência. Ligamos o nosso piloto automático e pronto! As vezes não sabemos nem porque estamos seguindo naquela direção. Não contatamos com os nossos sentimentos em relação às situações que vivemos. Podemos ainda gastar o nosso tempo dando atenção as expectativas que os outros têm de nós. E o tempo que você dedica a você mesmo, fica esquecido.

Se não temos consciência dos nossos objetivos, se não percebemos o que estamos fazendo ou da forma que estamos fazendo nos colocamos "a margem de". Nesse território "a margem de", os outros ocupam um lugar mais importante do que nós. Conscientemente ou inconscientemente nos preterímos e nos jogamos para o final da fila da vida.

Pronto, a confusão interna já está feita. E o que é pior, não podemos responsabilizar ninguém pela nossa escala de prioridades. Nossas escolhas são de responsabilidade exclusivamente nossa! E a vida vai nos colocar exatamente onde nós nos pomos. Então, cuidado onde você anda se colocando.

Se você é daqueles que vestiu a "fantasia do Super-Homem ou da Super- Mulher", a vida lhe trará grandes problemas para resolver e sabe que você dará conta, custe o que custar, não é! Ou talvez você prefira se vestir de "martir" e ajudar, ajudar, ajudar.......trilhões de pessoas só que no final, você adoece. A vida lhe mostrará que você ajudou tanta gente, porém esqueceu-se da pessoa mais preciosa para você: VOCÊ!!

Pessoal, vamos parar com a filosofia do bom samaritano, só para ser reconhecido pelos outros. Você pode ajudar aos outros, sim. E muito. Só que a sua base tem que ser você. "Primeiro eu e o que me alimenta, depois uma pausa para refletir, e aí sim a alimentação dos outros.

Significa que você precisa estar nutrido em todos os sentidos (de alimento, de amor, de carinho, de saúde,descansado, com bom conceito de si, etc) para poder ajudar alguém. Só assim as pessoas irão acreditar no que você diz e sente. E a conta é simples: você iria em um cabelereiro onde seu próprio cabelo estivesse danificado ou a um médico acima do peso sendo sua especialização em regime ou ainda a um dentista com os dentes estragados...Ou você acredita no velho ditado: "Casa de ferreiro, espeto é de pau!" Você é seu cartão de visita! Cuide-se com amor e carinho, depois transborde essa energia amorosa pelo Universo!

Um abraço fraternal a todos,

Rosemeire Trindade Menoita