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sábado, 12 de setembro de 2009

A aceitação da nossa dualidade: um caminho para o autoconhecimento

Todos os caminhos espirituais e psicológicos são tentativas de responder à pergunta: "Quem sou eu".
Ser humano é ter defeitos e imperfeições. Todos nós cometemos erros, às vezes magoamos as pessoas que nos são mais próximos, e às vezes nos comportamos muito mal. No entanto, essa simples verdade parece-nos muito difícil de aceitar. Temos uma relutância ainda maior em aceitar as mensagens sobre os nossos "defeitos" vindas de outras pessoas. Imediatamente, erguemos defesas, como se estivéssemos sendo fisicamente atacados. Na verdade, a reação fisiológica de defesa (lutar ou fugir) acaba sendo usada para proteger nossa auto-imagem idealizada, que precisa ter a aparência de certa e boa, e não de errada e má. Esquivamo-nos de encarar nossos erros e defeitos porque são uma parte dolorosa, embora inevitável, de quem somos.
Quando negamos nossos defeitos, nosso egoísmo, nosso mau humor, nossas mazelas, ficamos enredados na tentativa de parecer melhores do que somos e afastamos a culpa pelas nossas dificuldades. Quando acontece alguma coisa desagrádavel, respondemos internamente como uma criancinha que ouve a voz da mãe chamando por ela depois que um terremoto abalou a casa. Sua primeira resposta é: "Não fui eu, mamãe". A criança dentro de nós tem medo de reconhecer que possuir qualidades más ou imperfeitas signifiquem que ela é a unicamente má, ou, que sendo tremendamente má, ela será julgada ou rejeitada pelos "outros"que, imaginamos, são responsáveis pelo nosso bem - estar.
Por medo de um eu imperfeito, criamos um eu-máscara, um eu idealizado, o eu que pensamos que deveríamos ser. Em vez de admitir que somos seres imperfeitos.
Todos nós respondemos prontamente "vou bem" quando nos cumprimentam, por maior que seja
nossa depressão. Asseguramos a nós mesmos e aos outros que "eu estou bem, sou competente, posso dar um jeito", por maiores que sejam a carência ou infelicidade.
Seja lá qual for a máscara criada - o bom menino, a boa menina, a mulher ou o homem poderoso, o aluno aplicado ou o professor brilhante, etc -ela é uma tentativa de nos colocarmos em um plano acima dos defeitos e da dor, de negar nossa mediocridade e pequenez. Criamos uma máscara sempre que tentamos nos apresentar como pessoas mais amorosas ou poderosas, mais competentes ou carentes, mais compreensivas ou céticas do que realmente somos naquele momento.
A fuga à experiência verdadeira do momento representa um enorme desperdício de energia que pode ser recuperada pelo simples ato de decidir aceitar-nos como realmente nós somos.
À medida que aprofundamos o compromisso de ser honestos com nós mesmos e com os outros, criamos uma base sólida para a auto-estima. Fazer um bom conceito de si mesmo passa a não depender mais de atender às exigências irrealistas de uma máscara perfecionista; ao contrário, seu fundamento é a coragem de encarar a realidade humana imperfeita atual.
O imenso potencial humano que temos só pode ser realmente nosso depois que ousamos ser exatamente e exclusivamente quem somos a cada momento.
Quando nos dizem que"somos todos terríveis pecadores", ficamos reduzidos a uma identidade sombria e limitada, baseada na auto-rejeição. Mas, quando nos respondem que na verdade "somos todos anjos disfarçados", talvez também possamos nos afastar de alguns aspectos nossos e negar a nossa escuridão. Certamente, somos as duas coisas: pecadores e anjos.
É muito difícil conceber as muitas contradições do ser humano. Quando vemos nossos defeitos, perdemos de vista a nossa magnificência.Quando reconhecemos a nossa beleza, esquecemos a dor e a vulnerabilidade. No entanto, os dois extremos, e tudo o que fica no meio, são parte da experiência humana, da nossa verdadeira natureza como seres humanos espirituais.
Perceba algo curioso em sua vida, quando aceitamos os atributos negativos que existem em nós mesmos e que tão comumente projetamos nos outros, começamos a ter menos inimigos.
Quando aprendemos a amar todos os nossos eus interiores, sem rejeitar nada no nosso íntimo, torna-se fácil amar ao próximo. A expansão da autocompreensão precisa começar com uma sinceridade em relação aos nossos defeitos e aspectos negativos.
E se esse texto tiver ressonância no seu íntimo, talvez esse seja o caminho para você se explorar melhor através de um trabalho de autoconhecimento, da psicoterapia que o leva a reconexão com suas potencialidades internas. Todas as experiências de vida não são nem mais nem menos do que um ensinamento preciso para nos ajudar a atingir a fonte interior.
Paz e luz a todos,
Rosemeire Trindade Menoita

sábado, 1 de agosto de 2009

O medo da entrega em nossos relacionamentos

Se fomos frustrados ou profundamente feridos em nossa infância, nosso avanço em direção a um relacionamento amoroso maduro será inseguro, nosso empenho hesitante e nossa abertura para vida será contraída. Podemos nos apaixonar, porque o amor é nossa linha vital, mas a entrega será apenas temporária, uma renúncia momentânea do nosso ego.
Quando somos feridos em nossas primeiras relações com os nossos pais, erguemos um conjunto de defesas contra ser ferido novamente, cuja ameaça percebemos como risco de vida. Essas defesas não são apenas em sua mente consciente, pois se estivessem poderíamos renunciar a elas quando quiséssemos. Tendo vivido com elas desde a infância, elas se tornaram parte de sua personalidade, estruturadas na dinâmica energética do corpo. As defesas te encouraçam como um antigo cavalheiro para que a flexa do amor não pudesse penetrar em seu coração. Uma descrição mais adequada é dizer que o indivíduo vive em um mundo fechado, como um rei em seu castelo. Ele até pode se aventurar na vida, mas ele o faz como uma excursão, com sua guarda ao alcance de seu chamado. O rei acaba não tendo fé no amor de seu povo, pois suas vivências amargas ensinaram-lhe que a rejeição, o abandono ou até mesmo a traição é um perigo eminente. Como todos os seres humanos o rei tem necessidade de amor, mas também acredita que tem uma necessidade igual ou até maior de poder. Para um rei apaixonar-se é como cair do cavalo, caso isso aconteça, ele rapidamente volta a montar para reconquistar sua posição de poder. sendo assim, o ego considera-se um rei...
O medo de entregar ao amor decorre do conflito entre o ego e o coração. Amamos com o nosso coração, mas questionamos, duvidamos e controlamos com o nosso ego. Nosso coração pode dizer:"Entregue-se", mas nosso ego diz: "Tome cuidado, não se deixe levar, pois você poderá ficar submetido ao outro e será abandonado e ferido."
O coração como orgão do amor é também o orgão da satisfação. O ego é o orgão da sobrevivência. Mas quando o ego e a sobrevivência dominam nosso comportamento, a entrega verdadeira torna-se impossível. Ansiamos pelo contato de nossos espíritos voarem nas alturas, nossos corações baterem mais rápido e nossos pés dançarem, mas esse anseio não é realizado porque nossos espíritos acabam sendo anulados, nosssos corações trancados e nossos pés sem vida.
O amor suaviza a pessoa, mas ser suave é estar vulnerável. Se não nos suavizamos com a presença do amor nos tornamos duros e rígidos revestindo nosso corpo como se fosse uma armadura como aquela utilizada pelos cavalheiros antigos. Essa rigidez impede a pessoa de
chorar, de ceder a sua tristezae, portanto, de entregar-se ao amor.
Reflita e procure perceber aonde você coloca seu ego e o seu coração..
Qual é a qualidade da sua expressão afetiva ...
De que forma você tem investido no amor e no amor- próprio...
Está verdadeiramente aberto para amar ou aparentemente aberto para amar....

domingo, 26 de julho de 2009

O mecanismo de nossas ações


Muitos de nós estamos tão ocupados com os afazeres do dia a dia, tão sobrecarregados e, portanto, tão espiritualmente adormecidos que passamos a nos mover de forma pouco autêntica e quase de maneira robotizada.

Levantamos apressados e não sentimos o nosso corpo, tomamos rapidamente nosso café (se é que tomamos), corremos para o trabalho, trabalhamos o dia inteiro, vamos estudar, voltamos para casa e dormimos. O dia seguinte, com pequenas alterações, estamos de volta ao nosso ritmo frenético.

Todas essas atividades exigem de nós grande movimentação energética, porém podemos passar o dia todo como se estivessemos engessados, numa espécie de torpor de consciência. Ligamos o nosso piloto automático e pronto! As vezes não sabemos nem porque estamos seguindo naquela direção. Não contatamos com os nossos sentimentos em relação às situações que vivemos. Podemos ainda gastar o nosso tempo dando atenção as expectativas que os outros têm de nós. E o tempo que você dedica a você mesmo, fica esquecido.

Se não temos consciência dos nossos objetivos, se não percebemos o que estamos fazendo ou da forma que estamos fazendo nos colocamos "a margem de". Nesse território "a margem de", os outros ocupam um lugar mais importante do que nós. Conscientemente ou inconscientemente nos preterímos e nos jogamos para o final da fila da vida.

Pronto, a confusão interna já está feita. E o que é pior, não podemos responsabilizar ninguém pela nossa escala de prioridades. Nossas escolhas são de responsabilidade exclusivamente nossa! E a vida vai nos colocar exatamente onde nós nos pomos. Então, cuidado onde você anda se colocando.

Se você é daqueles que vestiu a "fantasia do Super-Homem ou da Super- Mulher", a vida lhe trará grandes problemas para resolver e sabe que você dará conta, custe o que custar, não é! Ou talvez você prefira se vestir de "martir" e ajudar, ajudar, ajudar.......trilhões de pessoas só que no final, você adoece. A vida lhe mostrará que você ajudou tanta gente, porém esqueceu-se da pessoa mais preciosa para você: VOCÊ!!

Pessoal, vamos parar com a filosofia do bom samaritano, só para ser reconhecido pelos outros. Você pode ajudar aos outros, sim. E muito. Só que a sua base tem que ser você. "Primeiro eu e o que me alimenta, depois uma pausa para refletir, e aí sim a alimentação dos outros.

Significa que você precisa estar nutrido em todos os sentidos (de alimento, de amor, de carinho, de saúde,descansado, com bom conceito de si, etc) para poder ajudar alguém. Só assim as pessoas irão acreditar no que você diz e sente. E a conta é simples: você iria em um cabelereiro onde seu próprio cabelo estivesse danificado ou a um médico acima do peso sendo sua especialização em regime ou ainda a um dentista com os dentes estragados...Ou você acredita no velho ditado: "Casa de ferreiro, espeto é de pau!" Você é seu cartão de visita! Cuide-se com amor e carinho, depois transborde essa energia amorosa pelo Universo!

Um abraço fraternal a todos,

Rosemeire Trindade Menoita